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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Dizem por aí que os homens são mais fortes que as mulheres.
Tu (homens) consegues carregar um bebé de 3,5 quilos na barriga durante 9 meses e passar por várias horas de trabalho de parto?
Tu consegues cozinhar, limpar e falar ao telefone, tudo ao mesmo tempo?
Tu consegues sangrar durante uma semana e não morrer?
Tu consegues andar com saltos de 10 cm?
Tu consegues chorar toda a noite e acordar na manhã seguinte como se nada se passasse?
Lembrem-se homens: as mulheres só são impotentes até secar o verniz das unhas :)
By Maysa Cunha
Desde quinta-feira que ando às voltas com uma constipação tirana que só me deixou sair da cama hoje, porque é dia de contribuir para o PIB nacional. Em casa, doente, aborrecida e calorenta, o que mais podia fazer que andar pela rede a cuscar a vida alheia? Nestas andanças, deparei-me com esta foto dos noivos de Santo António deste ano.
À exceção de um, tudo o resto parece estar à espera da sentença: culpado ou inocente? Se é esta a cara de felicidade do nubente em pleno altar, à espera da mulher da sua vida, quero é continuar assim: solteira e sorridente.
Na segunda, prometi que voltava ao tema solteirice com um texto enviado por uma seguidora deste blog. Como promessa é dívida, ei-lo: assinado por Bruna Cosenza, este fala sobre como aproveitar um estado civil, (aparentemente) desfavorável, a nosso favor. Com isso quero dizer que namorar é bom, mas estar sozinha também o é.
Toda mulher solteira já teve medo de ser solteira. Esta frase é muito esquisita, mas acredito que seja uma verdade para muitas mulheres. Eu mesma confesso que já passei por isso, mas hoje já vejo o grande erro que é sentir medo de ser solteira.
Se tentarmos entender a origem disso tudo, começaremos a filosofar sobre os inúmeros padrões que a sociedade estabelece e como isso afeta principalmente as mulheres, que desde pequenas se veem na obrigação de seguir o famoso "felizes para sempre" da Disney.
Bom, mas este texto não é para indagar os padrões e nem tentar entender por que a sociedade é tão sacana com a mulher em alguns aspetos. Este texto é para realmente tentar libertar essas mulheres solteiras que se sentem tão pressionadas.
Meu grande e precioso conselho para as minhas amigas solteiras é apenas um: vivam! Existem tantas coisas maravilhosas para se fazer quando se é solteira. Por favor, joguem essa carência pro lado, sacudam a poeira da necessidade constante de ter alguém com quem conversar no Whatsapp, e venham viver a vida com tudo o que ela tem de bom para oferecer.
Nem de longe este é um texto para incentivar o desapego. Até porque seria um pouco esquisito alguém como eu desacreditar no amor. Não. Eu acredito muito na importância do amor pelo outro. Mas eu também acredito MUITO no amor próprio. É ele que nos move o tempo todo, que nos faz descobrir coisas novas, superar obstáculos, e enxergar o mundo de várias formas diferentes ao mesmo tempo.
Estar com alguém é realmente muito bom, não nego. Porém, estar sozinha também é extraordinário. E confesso que morro de aflição de ver esse monte de mulheres que simplesmente não conseguem passar um fim de semana sozinhas, que não ficam um dia sem trocar mensagens completamente banais com algum cara, que não têm nenhum medo na vida que vá além do pavor de ficar para a titia.
Garotas, acordem! Primeiro de tudo: o amor chega para os distraídos. Já repararam como as maiores paixões de nossas vidas batem na nossa porta quando não estamos esperando por elas? Pois é… Segundo: há milhares de coisas incríveis para fazer quando se é solteira. E calma lá que eu nem estou me referindo a sair pegando todos os caras que existem. Estou querendo dizer exatamente o contrário.
Estar solteira é ter muito tempo para si mesma – muito tempo mesmo. Estar solteira é poder fazer absolutamente o que quiser no fim de semana. Pegar o carro e descer pra praia sem dar satisfações, sair com as amigas para dançar e voltar de madrugada, ou simplesmente ficar em casa enfiada debaixo dos cobertores vendo seu filme preferido pela milésima vez. É claro que também podemos fazer tudo isso quando estamos namorando, mas o gostinho sempre muda dependendo do nosso estado civil.
Porém, eu ainda acho que estar solteira é mais do que isso. Para mim, a maior vantagem de estar solteira é a autodescoberta que isso promove. É claro que ao nos relacionarmos com alguém também fazemos uma grande viagem dentro de nós mesmos, mas é quando estamos apenas em nossa própria companhia que desvendamos nossos maiores medos, inseguranças, e também descobrimos muitos dos nossos sonhos.
E não poderia ser diferente… Afinal, é na solidão que temos nossos momentos de maiores reflexões. Então, é claro que meu conselho não poderia ser diferente. Mulheres solteiras de todos os cantos, raças e credos parem de se lamentar por não terem ninguém com quem dividir a xícara de café. Apenas vivam. Até porque se vocês querem tanto um "felizes para sempre" com alguém, é mais do que primordial terem um momento sozinhas antes disso. Só assim terão certeza de que estão plenas com si mesmas e prontas para dividirem uma vida quando encontrarem a pessoa certa.
É comum permitirmos que os pensamentos negativos tomem de assalto o nosso pensamento, o que acaba por originar em nós sentimentos pouco felizes. Saber controlar os pensamentos, ou, pelo menos, saber dar-lhes um melhor uso, torna-se imperativo se queremos ter uma vida mais feliz e harmoniosa.
O segredo reside em saber armazenar, partilhar, modificar ou até mesmo esquecer muitos pensamentos. Para tal, devemos começar por reconhecer quais os momentos que têm impacto negativo na construção do nosso pensamento, para que, posteriormente, possamos contorná-los, ou até mesmo evitá-los. Só assim iremos tornar-nos numa pessoa mais forte e com mais capacidade de controlar o que pensamos. Deixo-te com algumas sugestões para conseguires gerir os pensamentos a teu favor.
Deixar-se abater não é solução
Deves perguntar à tua própria pessoa se compensa sentir-se deprimida ou magoada e avaliar as razões de estar assim. Ao avaliares isso, estarás ao mesmo tempo a ver a situação com mais clareza e objetividade, o que te vai permitir minimizar os teus pensamentos em relação ao assunto.
Só tu podes decidir os teus pensamentos
Quando estiveres a dar importância a um determinado pensamento, convém analisares bem a situação, de modo a confirmar se este pensamento é realmente verdadeiro ou pouco revelante. Como gosto de frisar as coisas só têm a importância que nós lhes damos. Portanto, relativiza os acontecimentos o mais que puderes.
O caminho é para a frente
Não nego. Existem situações na vida que nos paralisam, de tal forma que, por vezes, deixamos de dormir, sair, conviver ou até mesmo fazer as atividades do nosso quotidiano. Não obstante isso, o importante é seguir em frente. Na vida, tudo passa, inclusive as coisas más. Se vai acabar por passar mesmo, de que adianta estar a sofrer por isso?
Manipula a forma de pensar a teu favor
Todos nós temos coisas que desencadeiam os maus pensamentos, levando a consequentes reações negativas e impulsivas. É necessário ter a consciência de quais são as que desencadeiam em nós esses pensamentos para que possamos, de alguma forma, evitá-los.
Somos o que pensamos, ponto final! Logo, escolhe pensar positivo. Pensar positivo é a chave que abre a porta de uma vida mais positiva. E essa porta só pode ser aberta por nós. Portanto, controlando o que pensamos, automaticamente controlamos o que sentimos e por tabela como vivemos.
Dias há, li algo que me tocou particularmente: um ancião revelou que amou a mesma mulher por mais de 50 anos. Até aqui nada de especial. O que me emocionou foi quando ele diz, naquela voz mansa, sábia e conformada, que só a idade legitima: "quem me dera que ela tivesse sabido disso!".
Desde então, esta frase não me sai da cabeça. Daí estar agora a escrever sobre o assunto.
Muitas vezes, perdemos verdadeiras oportunidades de ser e estar feliz pelo simples facto de não arriscarmos, de não revelarmos, de não avançarmos, de não expressarmos o que nos vai na alma e no coração. Ou seja, de não fazermos nada.
Nos dias que correm, levamos com tantos mind games, esquemas e subterfúgios, que a (verdadeira) arte da sedução e da conquista vai caindo em descrédito, para não dizer em desuso.
Ou porque tememos a rejeição, ou porque temos medo da censura dos outros. Ou ainda pela insegurança, por timidez, por fantasmas do passado ou pelo simples facto de se gostar de joguinhos, a verdade é que são poucos os que demonstram, sem filtro ou make-up, o que realmente lhes vai na cabeça, no coração e na alma.
O espartilho social e moral é tão apertado que a claustrofobia emocional só tende a aumentar e a tornar-nos reféns de uma realidade que mais não é do que o fruto da nossa mente e das nossas escolhas.
Apesar de não me rever em joguinhos, reconheço em mim uma pessoa demasiado contida, muito apegada à ditadura social do que deve ser ou fazer uma mulher decente. Pouco arrisco, pouco demonstro, pouco revelo, pouco ouso. Quando damos pouco - não sem ter, a priori, a garantia de ser correspondida - menos ainda se recebe. Só que a vida não traz garantias de nada e para nada. Em matéria de amor, menos ainda.
Se te reconheces nestas linhas, presta atenção para não caíres no mesmo erro: em vez de desperdiçar tempo, expectativas, ilusões, suspiros, e noites de insónia e solidão, que tal ser aquilo que se é e dar-se a conhecer, a querer conhecer o outro, ao invés de se deixar moldar por meras convenções e ocos pensamentos, que só nos faz perder tempo, oportunidades e possibilidades.
Não é à toa que somos tão mais felizes na infância. É nesta altura da vida que ainda não temos desenvolvida a arte do socialmente aceito, da dissimulação, do fingimento, dos joguinhos e das palermices. Éramos o que éramos e verdadeiramente felizes com isso. Portanto, é hora de abrir mão do que não vale a pena e insistir no que pode valer. É hora de banir aquela vozinha incómoda, inoportuna e invasiva que não nos deixa, pura e simplesmente, seguir o coração, indo assim atrás do que se deseja.
Se apetecer dizer "gosto de ti", diz-se e pronto. Se apetecer ligar, liga-se e pronto. Se for para declarar, declara-se e pronto. Se for para abraçar, abraça-se e pronto. Se for para beijar, então que se beije.
Como me aconselhou no outro dia uma seguidora, mais vale expressar os sentimentos do que chegar a uma altura da vida e pensar "eu podia ter tentado". E se for para desiludir, olha paciência. C'est la vie! Que eu saiba, não se morre por amor. Essa é a única garantia que se tem.
Eu agora resolvi ver o mundo de outra maneira. E não foi ele que mudou, fui eu!
Não sei se também tens tido essa perceção, mas, nas minhas incursões pela internet, tenho constatado que a solteirice é um assunto cada vez mais abordado. O curioso é que, ao contrário do que se via até há uns tempos atrás, nos dias de hoje são cada vez mais as vozes que se levantam contra a estigmatização do estatuto de solteira. Com isso quero dizer que tenho visto muitos mais artigos pró do que contra a solteirice.
Tratado há milénios como se de um fardo se tratasse – um tipo de epidemia a que todos estamos sujeitos, mas da qual devemos nos curar tão logo possível, sob pena de sermos rotulados como portadores de uma deficiência qualquer, uma espécie de artigo com defeito –, a solteirice agora está na moda, essa é que é essa.
Não sei se face às mudanças de paradigma das relações, não sei se fruto de uma mudança da mentalidade, talvez por parecer que existem cada vez mais solteiros por aí – fruto de separações, desilusões amorosas, alforria em relação à pressão social e familiar, vocação (sem receio ou culpa) para a coisa, ou apenas elevação dos padrões de exigência –, o facto é que o tema solteirice tem vindo a ocupar um lugar de destaque na senda das relações sociais e interpessoais.
Cada vez mais, vejo artigos nas revistas – sobretudo as cor de rosa, que antes só passavam cartão aos temas a dois – programas de televisão, filmes, debates e blogs dedicados ao tema. A verdade é que nunca se falou tanto dessa questão.
Penso que a maior parte dos solteiros (sobretudo nós mulheres) já provaram ao menos uma vez na vida do amargo sabor da pressão que a sociedade – através da família, dos amigos, dos colegas de trabalho e de todos os outros que se acham no direito de dar palpites na vida alheia – sobre o seu estado civil.
Como se ser solteiro fosse indigno da condição humana, neste caso da condição feminina. Como se ser solteiro nos fizesse ser menos pessoa, menos mulher, menos sensual, menos merecedora de afeto, menos criatura de Deus. Como se estar sem um companheiro nos fizesse indignas de ter uma vida feliz e realizada. Como se a razão primeira e última de uma fêmea fosse arranjar um macho para poder mostrar ao mundo que ela é competente e obediente, já que conseguir cumprir o papel que dela se esperava.
Eu sinto isso em praticamente todas as situações do dia a dia: quando estou com a família e me interrogam para quando o marido e os filhos. Quando estou com os amigos que já conseguiram "alguém" e mandam bocas de que já está na hora. Quando estou com os que ainda não se arranjaram, mas que torcem secretamente para que não te avies antes deles. Quando, no trabalho, és a única que não fala na primeira pessoa quando a conversa (quase sempre) se restringe a temas como as manias dos maridos, as birras dos filhos, as intrigas das sogras, as investidas das periguetes da vida, os bitaites das amigas, as más influências dos amigos solteiros, e por aí adiante.
Bem, poderia ficar aqui a manhã toda a dissecar este assunto, que haveria sempre mais a acrescentar, e o motivo que originou tudo isso ficou por dizer: um texto que uma seguidora me enviou e que queria partilhar contigo.
Dado que este post já vai para extenso, o referido texto fica para outra oportunidade. Até porque hoje é o primeiro dia útil da semana, logo a produtividade no trabalho exige-se apurada e inspirada.
Despeço-me com aquele abraço amigo e votos de uma semana verdadeiramente fantástica, como só as solteiras bem resolvidas conseguem ter.
Meu bem, já alguma vez sentiste saudades de alguém que nunca tiveste? De algo que nunca viveste? De um lugar que nunca visitaste? De um abraço que nunca recebeste? De um beijo que só foi dado na tua imaginação? De um afago que nunca sentiste? De uma conversa que apenas se deu na tua mente? De um algo que nunca se concretizou, mas que é tão real que és capaz de apalpá-lo? De uma coisa que não sabes explicar muito bem, mas que sentes que te faz falta?
Não sei se me consegues entender. Por estes dias ando murchinha. Coisas do coração, mais concretamente coisas do tal fulano lá do ginásio. E ponho-me a pensar como pode ser possível eu pensar, desejar, sonhar, suspirar e esperar tanto em relação a uma pessoa cuja voz não conheço, cujo toque nunca senti, cujos lábios não provei, cujo corpo não conheceu o meu toque e cuja cor dos olhos nem tenho bem a certeza do tom exato.
Há momentos que chego a pensar que devo estar a padecer de uma espécie qualquer de delírio, pois não me faz muito sentido - logo eu que sou tão pragmática e objetiva - esta minha fixação por uma entidade tão ilusória. Por outro lado, o que me desperta ele é tão intenso, erótico e humano que não pode ser apenas fantasia de uma (ainda) solteira carente e solitária.
A vida é o que qualquer pessoa com mais de 12 anos e com um mínimo de neurónios funcionais sabe: umas vezes madrasta, outras fada-madrinha, e pelo meio nem uma coisa nem outra. Estou certa de que concordarás comigo que a nossa vida mais não é do que aquilo que dela fazemos. É neste ponto que me assalta a pergunta: o que estou fazendo com a minha vida amorosa? Se tenho sentimentos por ele, porque não faço algo por? Porque não vou à luta e vejo no que dá? Porque não arrisco, em vez de me esconder por detrás de... do quê mesmo? Porque não saio da porra da minha zona de conforto (que de conforto deixou de ser há muito) e atiro-me logo de uma vez?
Tenho até medo de confessar, mas a verdade é que os meus traumas ainda continuam a vencer. Fui rejeitada tantas vezes e por tantas pessoas, a começar pela minha progenitora, que o medo de voltar a ser magoada simplesmente paralisa-me. Essa é que é essa. Ontem, numa esclarecedora troca de comentários com um seguidor deste meu caderno, voltei a ouvir (melhor dizendo, a ler) que, para o bem ou para o mal, esta indefinição, além de não me levar a lugar nenhum, impede-me de alçançar o prémio.
A procrastinação é algo ingrata, porém tão imponente que temos que estar munidos de artilharia da pesada para a ela podermos fazer face. Coisa que não acontece comigo neste momento. Enquanto eu não sanar o meu passado, fazer as pazes com ele, perdoar quem tem que ser perdoado, trabalhar a autoestima e cultivar pensamentos positivos, dificilmente conseguirei ter a atitude necessária para lidar com essa paixoneta ou qualquer outro sentimento por quem quer que seja.
Não tenho por hábito ser tão pessoal nos meus posts, mas hoje resolvi revelar-me um pouco mais. Para falar a verdade, procuro um colo amigo e umas palavras de conforto. Essa é que é essa.
Hoje republico um dos meus artigos mais populares e comentados: o que fala sobre a minha crush por um gajo que anda no mesmo ginásio que eu. Boa leitura.
Com o meu ego de baixa, venho aqui em busca do teu ombro amigo e, quiçá, de uma palavra de conforto. O assunto que quero partilhar contigo hoje é a minha (não) relação com um rapaz lá do ginásio, que não há maneira de me passar cartão, mas por quem suspiro, suspiro e suspiro. A este ritmo ainda abro uma suspiraria.
Após três semanas de treino intensivo com o meu couch, regressei esta tarde aos treinos. Este interregno forçado deveu-se a falta de fluxo de caixa, já que esta cena de estar desempregada (e sem qualquer subsídio, diga-se de passagem) tem muito que se contar. Enfim... ultrapassada a questão, eis-me de volta ao Fitness Hut, que é bom, barato e bonito (agora até pareço um chinês a promover um dos seus artigos) e ajuda-me a manter a mente e o corpo sãos.
Ao final do dia sabe-me sempre bem lá ir, não só porque o exercício físico é algo do qual já não consigo (nem quero) estar longe por muito tempo, mas também porque é o único momento em que o meu cérebro não pensa em nada. A não ser no tal rapaz lá do ginásio!
O fulano, gaiato para vinte e poucos anos (não consigo precisar com exatidão a idade dele, sei apenas que é bem mais novo do que eu), é o tal por quem ando a babar desde janeiro, já lá vão mais de nove meses, tempo esse que, para uma mulher à beira dos 40 anos, é uma vida. O fulano não é bonito, mas é giro. O fulano não é gostoso, mas é apetecível. O fulano não é hot, mas tem pinta. O fulano é trinca-espinhas, mas todo trabalhado na tonificação. O fulano só tem duas mudas de roupa, uma para cada estação: uma calça de fato de treino de algodão que aperta nos tornozelos - no comment - e uns calções para a época mais quente, (ambos da cor cinza), mas tem estilo. O fulano só usa t-shirts promocionais - aquelas das meias-maratonas, tipografia Santos e afins - e meias até às canelas, mas até isso lhe confere um diferencial. O fulano, até há uns meses atrás, só tinha umas sapatilhas de futsal (pois...), mas agora tem um par de adidas todo trendy. O fulano é daquele tipo que para a meio de um agachamento para ir ao telemóvel ler ou escrever mensagens (um dia ainda hei de descobrir com quem ele tanto troca mensagens). O fulano é tão fininho que dá perfeitamente para usá-lo como régua. O fulano é tão achatado lá atrás que deve ser um descendente direto do Mao Tsé Tung (só espero que o que Deus não lhe deu atrás, lhe tenha dado à frente).
Mas apesar de tudo isso, o fulano tem potencial, ah tem sim senhora! Sabes aquele tipo de homem que, apesar de não fazer nada o nosso género, tem aquele je ne sais quoi que nos deixa absolutamente fascinadas? Claro que o facto de ele não me ligar nenhuma contribui (e muito) para a intensidade desse fascínio.
Uma vez elencados todos os no match point dele, convém esclarecer o que é que eu vi no dito cujo para estar assim tão embeiçada. Para começar, o gajo não usa acessórios corporais, vulgo brincos, piercings e tatoos (em relação a essas coisas sou muito conservadora). Depila-se apenas nas axilas (pelo menos é o que está visível a olho nu), o que me faz pensar que é uma pessoa que zela pela estética, higiene e bem estar coletivo, mas que não deve ser gay. É muito disciplinado, nunca o vi começar a treinar sem primeiro fazer o aquecimento (coisa rara). É metódico, já que segue à risca o seu plano de treino (seja ele qual for), o que, a meu ver, quer dizer que não vai lá apenas polir o tatami, menos ainda socializar ou galar as damas ou cavalheiros (sei lá eu em que time joga o fulano!). Não passa cartão a ninguém, nem dá confiança para isso. Sempre na dele, fala pouco, treina bastante e "telemova" pra caramba (essa parte é mesmo creepy, admito). E eu que adoro pessoas reservadas, misteriosas e de acesso condicionado, não resisto. Bem, quando ele chega de fato, o meu coração simplesmente para: o homem é a coisa mais linda e elegante do mundo.
Ninguém no ginásio me sabe dar informações dele e acredita que já recorri a quase toda a gente: ao gerente, a uma PT, à menina da limpeza, aos amigos, até subornei um gym service para aceder ao ficheiros dos sócios e conseguir-me um contato dele (telefone, e-mail, facebook, o que for). Nada!
Até agora a única coisa que consegui descobrir foi o seu primeiro e último nome. Uma vez, por acaso, assim só por acaso, vi-o inserir o código de acesso e fiquei a saber como se chamava ele (que alegria minha nesse dia, uma sexta-feira, lembro-me perfeitamente). Mas é um nome tão comum, tão lusitano, que de pouco me serviu até agora, uma vez que devem existir inúmeros sócios com as mesmas coordenadas notariais. Também não tive sorte nenhuma nas redes sociais e acredita que como gestora de social media dificilmente me escapa algo na rede.
Minha nossa! Empolguei-me a descrever o rapaz (é para veres o que ele faz comigo) que o texto já vai bem longo e ainda nem sequer cheguei ao cerne da questão: como fazer com o dito cujo repare em mim e me dê uma oportunidade. Alguma sugestão? Qualquer dica será devidamente apreciada.
Por ora é tudo, que esta suspirante aqui está toda moída (pudera! após todos estes dias de inatividade, sem falar que a idade também não ajuda) e este corpito que é meu, mas que não me importava de ceder ao tal rapaz do ginásio, só pede repouso.
Xiuuuuuu! Consegues ouvir? É a minha cama a chamar-me. Despeço-me com um até amanhã e prometo que para a semana haverá mais para contar sobre esta minha novela pessoal. O melhor ainda está para vir, acredita no que eu te digo!
Porque sou a mais velha dos descendentes da tribo Barros Sanches, é com orgulho que partilho contigo este post que fala sobre as vantagens de ser-se o primogénito. Que novidade! Como se eu não soubesse disso. Se também és a mais velha, lê este artigo e depois diz-me se também te identificas com o que vem a seguir.
O Huffington Post compilou o resultado de vários estudos realizados ao longo dos anos para chegar à conclusão de que os primogénitos podem ser:
1. Mais inteligentes
Um estudo realizado em 2007 na Noruega a 250 mil jovens adultos, mostra que os irmãos mais velhos tinham um QI relativamente superior, em média mais 2.3 que os seus irmãos novos. Os investigadores também afirmam que esta diferença não se deve tanto à genética, mas sim às circunstâncias onde os filhos mais velhos crescem.
2. Mais responsáveis
Para Jeffrey Kluger, autor do livro The Sibling Effect: What the Bonds Among Brothers and Sisters Reveal About Us, os mais velhos tendem a ser mais leais à família e denotam um percurso mais tradicional. Daí serem vistos como mais responsáveis.
3. Mais bem sucedidos
Por sua vez, Ben Dattner, psicólogo da Universidade de Nova Iorque, considera que os primeiros a nascer tendem a ser mais orientados para o sucesso e a querer agradar os pais. Os estudos apontam ainda que os primogénitos também tentam dominar os filhos mais novos, estando assim mais preparados para liderar.
4. Mais cumpridores
Os psicólogos belgas Vassilis Saroglou e Laure Fiasse publicaram um estudo, em 2003, que comprova que os primeiros a nascer normalmente são mais responsáveis, competitivos e convencionais. Daí terem tendência de seguirem mais as regras.
5. Mais conscientes
Num estudo australiano de 2015 chegou-se à conclusão que os irmãos mais velhos são mais conscientes, têm mais empatia e menos neuróticos. Este estudo demonstrou ainda que os quem é mais conscientes, tem tendência para ter melhores resultados académicos.
Bazófias à parte, eu sou a prova viva de que estes estudos não poderiam ser mais verdadeiros. Vejamos, sou a única com formação superior, sou a mais responsável (tem dias), a única que tem um trabalho qualificado (quando me dão emprego), e por aí adiante. Esqueci de dizer que sou a única solteira ah ah ah.
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