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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Há dias que andava a adiar o momento de abrir uma garrafa, a primeira, do vinho da marca Altano, um legítimo DOC, recomendada anos atrás por um improvisado companheiro de boleia. Essa é outra história, de entre as muitas que marcam a minha existência, que um dia poderei partilhar consigo.
Voltando ao assunto deste post, só o me aventurei a abrir a dita garrafa, uma vez que dias antes tinha comparado uma segunda, em promoção, claro está, pois o meu minguado salário pouco dá para mais.
O facto é que, depois de uma aula de body attack, 10 minutos de abdominais e outros tantos de conversa fiada com um colega de ginásio, chego a casa e preparo o jantar. Normalmente, nos dias que vou ao ginásio, quatro vezes por semana, que eu sou uma pré-quarentona disciplinada e motivada, costumo jantar apenas uma sopa no Bagga, uma pastelaria pela qual passo a caminho de casa. Mas como hoje é dia de canja - há dois tipos de sopa que esta mulher aqui não consome em hipótese alguma: a dita canja de galinha portuguesa, pois a da minha terra, como e lambo os beiços, as mãos e, com sorte, o queixo, e a sopa de alho francês, adoro tudo que leva a chancela gaulesa, mas o alho francês nem nesta e nem na próxima vida.
Onde é que ia mesmo? Ah! como não gosto de canja, a sopa do dia, só me restou a opção de comer em casa mesmo, tarefa algo desagradável, pois não gosto de cozinhar e muito menos às nove e tal da noite. Mesmo assim, lá fui eu esgravetar as duas prateleiras que me cabem por direito e por apropriação no congelador lá de casa alguns legumes - batata doce, mandioca, feijão verde, ervilhas e bróculos. Sim, porque depois de 1/2 hora e meia de intenso exercício físico convém ceder à tentação e ingerir (apenas) alimentos saudáveis. E para relaxar mesmo a mente e o corpo, uma taça de rouge vem mesmo a calhar. Assim sendo, dou por mim à frente da cristaleira da sala, que de cristal não tem nem a pretensão de o ser, a assaltar o meu precioso espólio de dois legítimos Altanos.
Do meu stock habitual de duas garrafas, sobravam exatamente dois exemplares dessa marca, que tenho estado a guardar para uma ocasião especial. Sabe... "aquela" em que a iria soberear ao lado de uma bela companhia masculina, entre beijos, carícias e olhares cheios de promessas, mas que (in)felizmente nunca chegou, não obstante os dias, semanas, meses e anos continuarem a sua implacável odisseia. Entre a vontade de um vinhozinho para relaxar e a fantasia do (tão esperado) momento romântico a dois, fiquei mesmo pela vontade, que essa pelo menos é real e está aqui do meu lado, esperando que lhe dê atenção. Ainda bem que assim fiz, pois o vinho é simplesmente magnífico: doce, frutado e envolvente. Mesmo inexperiente em matéria de enologia, o meu palato me disse ao primeiro toque com a língua que este é sem dúvida um dos melhores que já provei. Pelos vistos, valeu a pena os 3,99€ que paguei por ele (em promoção, convém relembrar).
E não é que, uma refeição à base de fervidos e uma singela lata de atum, tornou-se, num gole de vinho, num verdadeiro manjar, que me soube pela vida e que despertou uma inspiração inusitada ao ponto de não esperar sequer umas horitas para registar aqui o seu encanto pelo dito Altano.
E assim, uma enfadonha e solitária noite de segunda-feira de uma trintona, transformou-se numa quente e sensual dança de sentidos, sob a batuta da doce fragrância deste néctar dos deuses.
E esta noite, a solteira e órfã de quase tudo sente-se uma verdadeira deusa, que deseja a si, minha companheira de drama, uma noite feliz! Que feliz fez-me sentir um amante rouge de nome Altano.
Salut!
LegoLuna
Depois de uma, uma espécie de diário onde a ideia era chorar as dores de um amor não correspondido, depois de outra, cujo primeiro post não passou de um rascunho, eis que, à terceira, "dou à luz" o meu blog pessoal. Pessoal, porque profissionalmente já geri três, e todos ao mesmo tempo.
Será então caso para pensar que sou muito experiente e que vou ser bem sucedida. Nada disso, minha amiga, pois um blog pessoal requer muito mais que isso: requer gerir os pensamentos, as ideias, os sentimentos, as expetativas e aquele jogo de cintura, necessários para que se consiga conteúdos interessantes, apelativos e capazes de cativar ao ponto da leitura de um segundo, um terceiro, um quarto post, e por aí adiante...
Se até aqui não desistiu de mim, nem desta espécie de crónicas de uma pré-quarentona órfã de marido, namorado, amante, amigo colorido, descendente, casa própria (alugada também serve), viatura, e, principalmente de companhia, é porque estou no caminho certo.
Agora, é tempo que pensar em assuntos com as quais "fêmeas" na mesma situação que a minha possam identificar-se e incutir nelas o hábito pela minha página.
Vou ali e já volto com o primeiro assunto, o meu drama do dia: carta aberta ao meu gestor de RH, que me julgou e condenou sem direito a defesa!
Seja então bem-vinda ao meu blog, parceira!
LegoLuna
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