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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!

7DE376BA-454F-4CB4-9B18-BD5D87E5ECB1.jpegOra viva! ✌️

Para este início de semana, a primeira de facto e de direito do mês de dezembro de 2022, proponho lançarmos um olhar - mais um - sobre  a questão eternamente discutida aqui no blog e recentemente exportada para o podcast: temos mesmo que emparelhar e procriar, ou seja, é imperativo que sigamos o manual de boas práticas sociais, cumprindo as regras pela ordem em que elas estão estabelecidas?

Num artigo para a Escola do Sentir, as psicólogas Cátia Lopo e Sara Almeida respondem à questão, chamando a atenção para o facto de que, ao tentarmos corresponder aos padrões que esperam de nós, tendemos a sentirmo-nos permanentemente ansiosos e insatisfeitos. Daí que caiba a cada um de nós decidir como quer viver a sua vida, isenta de pressões externas, por mais significativas que elas sejam.

Para entenderes com clareza o que estou para aqui a dizer, o melhor mesmo é leres na íntegra o que elas escreveram:

À medida que vamos crescendo, vamos sendo encaixados no ‘puzzle’ da sociedade. Vão-nos indicando que há uma altura certa para estudar, para ter o primeiro emprego, para ter um carro, casar e ter uma casa.

É verdade que há um conjunto de passos que vão sendo dados por muitos de nós em idades-chave da nossa vida, de uma forma relativamente uniforme. Mas, é ainda mais verdade que ninguém deve precipitar nenhum desses passos apenas porque para os outros chegou a ‘altura certa’.

Não é verdade que estejamos todos preparados para casar na mesma altura ou que alguma vez estejamos preparados para tal. Sempre que, enquanto sociedade, continuamos a perpetuar estereótipos, estamos a anular a individualidade e a singularidade de cada um de nós. Não há datas certas iguais para todos.

Por outro lado, sempre que damos passos para corresponder ao que a sociedade espera, estamos a sabotar-nos e a anular o mais importante que cada um de nós tem: a nossa essência. Como tal, ao tentar corresponder aos padrões que esperam de nós, tendemos a sentirmo-nos permanentemente ansiosos e insatisfeitos. Isto acontece porque, por muito que tentemos corresponder, vai sempre haver mais e mais exigências externas às quais teremos de continuar desenfreadamente a corresponder - primeiro os estudos, depois o trabalho, depois os filhos.

Neste frenesim, a ansiedade aumenta e parece que nada é suficiente para quem está à nossa volta. Ao mesmo tempo, vamos ficando não só ansiosos como altamente insatisfeitos, porque estamos atrás daquilo que os outros esperam e não atrás daquilo que nós próprios queremos para a nossa vida o que, inevitavelmente, nos vai frustrar e fazer-nos questionar a nossa essência.

E este é um cenário vivido com muita frequência por muitos jovens adultos que, por um lado, se veem confrontados com as exigências da sociedade e, por outro lado, se veem confrontados com os seus apelos internos e percebem que não são compatíveis. É aqui que nasce um conflito interno difícil de gerir.

Nestas circunstâncias, cada um de nós precisa de tomar consciência de que os degraus das nossas conquistas são para ser subidos por cada um de nós, de forma única, no nosso tempo e ao nosso ritmo. Tudo chega no seu tempo e encaixa no puzzle da nossa vida, sem que precisemos de fazer um controlo fora do vulgar e sem que tenhamos de nos sentir à margem. Neste contexto, é essencial que comecemos cada vez mais a ter a coragem de assumir quem somos, o que queremos viver e conquistar, mesmo que isso nos torne uma peça que não se encaixa no puzzle da sociedade.

Meu bem, depois do que acabaste de ler, ainda achas que faz sentido entrar ou permanecer numa relação só porque sim, como acontece com tanta gente ao nosso redor? Muito me agradaria saber o que pensas sobre isso, até porque estou a pensarlevar este tema a debate no podcast. 😉

Escuso lembrar-te que amanhã sairá mais um episódio do Ainda Solteiros, desta feita com o primeiro entrevistado, um celibatário dourado que encara a sua situação amorosa com serenidade, sinceridade e sabedoria. Até lá, beijo 💋 em ti!

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31
Jan22

Esperem sentados (reprise)

por Sara Sarowsky

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Ora viva! ✌️ 

A rescaldar das legislativas de ontem, e profundamente orgulhosa do facto de o meu #votonegro ter contado, para hoje proponho lançarmos um olhar a este texto da jornalista Rita Marrafa de Carvalho sobre o papel da mulher na sociedade atual, originalmente publicado em janeiro de 2016, tinha este blog poucos meses de vida.

Esperem sentados
Que cases. Que te juntes numa cerimónia branca e imaculada, rodeada de família e amigos. Que tenhas filhos depois. Só depois. Esperam de ti, mulher, que saibas, no mínimo, estrelar ovos e que gostes de homens. Mas que sejas fiel. Ordeira e arrumada. Limpa e asseada. E que dês de mamar. Que sejas incansável na função de mãe, sem lágrimas ou dúvidas. Mãe que é mãe nunca se arrepende de nada. Nem de os ter. Nem do que faz. Nunca questiona os conselhos dos mais velhos.

Esperam de ti isso e mais. Que qualquer sensação de fraqueza é para erradicar do peito e da cabeça. Esperam que se te dizem que deves dar peito até aos dois anos, é para cumprir. Que se não sentes qualquer gozo nisso, és menos mãe. Menos capaz. Menos mulher. Esperam de ti um parto normal. Gaja que é gaja, tem parto vaginal. As outras são umas "meninas". Esperam de ti a boçalidade da pré-história.

Esperam que tenhas os filhos sempre limpos e que lhes dês banho todos os dias, após uma refeição sem fritos ou salsichas. Esperam que a roupa do homem com quem casas, porque é suposto gostares de homens, esteja passada a ferro. Que se não podes, contrates alguém.

Esperam que não haja vincos na tua camisola quando vais trabalhar todos os dias nem nódoas de ranho ou papa. Esperam que tires um curso. Que sejas "alguma coisa" mas que consigas ter a casa num brinco, sem pingo de pó ou brinquedos fora do sítio.

Esperam que sejas magra. Atlética. Que corras todos os dias. Ou dia sim, dia não, vá. De depilação feita e unhas coloridas. Que faças bolos ao sábado. E que não tenhas as raízes do cabelo por fazer. Esperam que te comportes bem e que nunca bebas um copo a mais para não caíres em figuras ridículas. Que nunca sejas daquelas que urina entre dois carros, no meio do Cais do Sodré.

Esperam isso. Esperam mais. Que nunca adormeças maquilhada porque sujas a fronha da almofada. E que não te separes. Aguenta. É suposto aguentares porque tudo dá trabalho na vida. Por isso, é suposto esforçares-te. Pelos filhos. Por ti, não. Não carece. Por ti, não. E pela imagem. A imagem. E o que gastaram naquele casamento sumtuoso! Não. Aguenta, se faz favor. Pelos teus pais e pelos teus filhos. Esmera-te. É capaz de ser culpa tua.

Esperam isso de ti. E não convém falhares. Esperam que tenhas sempre a louça na máquina e a roupa estendida. Que a cama esteja sempre feita. Todos os dias. Esperam de ti pouco rasgo. Se pensares demasiado, vais questionar demasiado. Ser curiosa ainda vá. Refletir é evitável. Não esperam que sejas uma grande inteletual ou que fumes charutos ou que gostes de brandy. Vais beber licor de café ou vinho do porto e fumar qualquer coisa com sabor a mentol. Esperam de ti a dignidade. Que aceites o assédio como um galanteio. Esperam que uses saltos altos todos os dias e que uses um perfume que enche o elevador. Esperam que sejas isto. E mais. Só não esperam que sejas feliz.

Sobre o resultado das eleições, históricas em vários aspetos, falarei noutra altura, que hoje é dia de celebrar e perspetivar dias mais estáveis para o país. Que a tua semana seja tão boa quanto a tua energia!

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10
Mai21

Vou casar!!!

por Sara Sarowsky

1C4CC445-7D05-41D9-8257-F4C8BDC9F1E2.jpegOra viva! ✌️ 

Conforme adiantado no post anterior, as novidades que trouxe na bagagem são várias e deliciosas, motivo pelo qual opto por contá-las às prestações, de modo, a não só fazer render o peixe, como a manter o suspense. Começo pelas sentimentais, que, além de mais empolgantes, são indubitavelmente inesperadas. Vou casar!!!

Yep, agora que tenho a tua atenção, passo a explicar. Tomei a decisão de casar, ainda que não faça a menor ideia com quem, quando ou onde. O que sei é que pretendo fazê-lo, ainda este ano. Trata-se de uma decisão recente, tomada há coisa de uma semana, na terra que me viu nascer e na qual residem as minhas raízes.

O fechar de um ciclo (sobre o qual darei detalhes noutra altura) impeliu-me a regressar a Cabo Verde, numa viagem de reconexão com a minha essência, fundamental a um novo rumo na vida, tal como sucedido em 2015, quando criei o Ainda Solteira. Essa necessária reflexão, e a consequente retrospetiva existencial, despertou em mim um profundo sentimento de orgulho e gratidão, com a clara noção de que muito foi alcançado e bem mais há a ser conquistado.

Não obstante o saldo positivo, francamente animador, a vida, no seu eterno devir, demanda reinvenções diárias, desafios constantes, conquistas inéditas e metas novas. Fazer mais e melhor é preciso. Ir mais longe fundamental. Desafiar o status quo essencial. Sair da zona de conforto vital. 
É aqui que entra em cena a tal decisão de casar.

Bem sabes que a visão romântica do "felizes para sempre" é algo que não me ilude, pelo contrário. O motivo porque decidi casar-me prende-se tão somente com o desejo de vivenciar uma faceta da relação amorosa até agora desconhecida, logo inexplorada. Sim, quero saber como é a vida de casada, estar com alguém em permanência, dividir a vida com um homem, partilhar casa, cama, sonhos, ambições e frustrações. Quero discutir, fazer as pazes, implicar com a sogra, fazer frete nos compromissos familiares, aturar os amigos pedantes do marido e por aí fora. Quero experienciar o pacote todo, ciente de que será uma experiência marcante na minha evolução enquanto mulher, enquanto ser humano.

Por dela estar convicta, e por sentir que a hora é essa, eis-me aqui a proclamar a decisão de contrair matrimónio em 2021. Se será por amor ou por travessura os próximos sete meses e meio o dirão. A bem da verdade, não estou muito preocupada com isso, pois acredito que, agora que a decisão está tomada e sacramentada, o universo, na sua infinita sapiência, há de providenciar os elementos necessários à sua concretização. 

Se há lição que tirei desta pandemia - e antes disso, da morte repentina do meu pai - é que a vida é demasiado incerta, demasiado imprevisível, demasiado frágil, insegura mesma, para nos darmos ao luxo de deixar de experienciar o que quer que seja. Todos os dias somos lembrados da nossa insignificância; se não é a covid é o cancro, se não é um aneurisma é um AVC, se não é a depressão, será outra coisa qualquer. Por isso é que decidi viver intensamente, sem prender-me a um amanhã que pode nunca chegar, como não tem chegado para tanta gente ao nosso redor. Desde que não infrinja nenhuma lei nem prejudique ninguém, vou viver tudo o que me for permitido, sem amarras nem tabus.

O universo, que ultimamente tem sido muito generoso comigo – provavelmente porque tenho sido uma aprendiz (muito) aplicada – parece já estar a conspirar a meu favor; tanto assim é que o tal mec francês, aquele, deu sinal de vida. Mas isso já é assunto para um outro post.

Despeço com aquele abraço amigo e promessa de estar de volta na quarta para mais um papo gostoso. 😉

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hand-83079_1280.jpgOra viva! 👋

Muito tenho eu aqui falado sobre como encontrar o amor, contudo, nunca debruçei muito sobre a questão de conservá-lo. O casamento é território desconhecido para mim, sequer estive mancebada (termo religioso para definir aquela que mora junto sem estar unida pelos sagrados laços do matrimónio), pelo que só posso imaginar como seria viver uma relação tão definitiva, cujo compromisso é suposto ser eterno (pelo menos, em teoria).

Assim, proponho que hoje analisemos o que leva as mulheres a pedirem o divórcio, com base em dados citados pelo NextLove. Um inquérito levado a cabo por aquele site de encontros para pais divorciados e solteiros apurou que um terço das mulheres divorciadas refere como principal motivo para ter posto fim ao casamento ter objetivos de vida diferentes do então marido. Esta é, inclusive, a principal causa de divórcio apontada por 32% das suas 43 mil utilizadoras. Em segundo lugar, surge a infidelidade (apontada por 29,2%), seguida de discussões constantes (eleita por 10,9% das inquiridas) e da falta de intimidade.

Ter um parceiro com doenças mentais ou com má conduta (comportamento inaceitável ao nível emocional, financeiro ou físico), são respetivamente a quinta e sexta causa para o divórcio. O aborrecimento ou monotonia aparece em sétimo lugar e a violência física em oitavo. A lista fecha com os problemas domésticos e as dificuldades monetárias.

Dado que nunca estive desse lado, não estou habilitada a dar qualquer achega sobre o top ten dos motivos que levam as mulheres a querer por termo ao casamento. Só me resta torcer para que as descasadas que lerem este post queiram partilhar connosco a sua experiência, validando (ou não) os resultados deste estudo.

Despeço-me com o abraço amigo de sempre!

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18
Out19

freedom-4503959_960_720.jpgViva!

O artigo sobre vegansexualidade (que já agora vai ter que ficar para segunda-feira) estava quase concluído quando "pausei" para o almoço. Nessa hora e meia – gasta entre uma ida ao correio, uma visita à loja favorita dos meus cachitos e uma esplanada onde degustei a minha pizza di gamberi con tonno – aconteceu algo que mudou por completo o rumo da crónica que tinha prevista para hoje.

Enquanto aguardava pela comida, sentaram-se ao meu lado dois homens, na casa dos 30, que encetaram uma amena cavaqueira em inglês. Vendo ali uma excelente oportunidade para testar a minha escuta do idioma, afinal tenho que pôr em prática os conhecimentos que tenho vindo a adquirir no curso de nível intermédio que estou a tirar, estive particularmente atenta ao desenrolar dessa conversa alheia. 

Em meu abono tenho a dizer que eles é que vieram sentar-se na mesa contígua à minha, quando havia outras disponíveis; sem falar que, estando sozinha, tinha que me entreter com alguma coisa.

Um deles, português, com um inglês quase tão precário como o meu, contou que divorciou-se o ano passado, após um casamento de dez anos. Pelo que confidenciou, foram vários os motivos por detrás da separação: o desgaste de uma relação de mais de 15 anos, o nascimento da filha e as próprias mudanças pessoais. Para rematar o chorrilho, lá argumenta ele que as mulheres são doidas. Ou ouvir isso quase que me esqueço da minha condição de ouvinte clandestina, tamanho o meu desejo em espetar-lhe um garfo na língua. Só consegui refrear esse ímpeto assassino quando me lembrei que, de facto, nós as mulheres somos crazy


O que me leva a escrever-te não é tanto o discurso desse desinfeliz, mas antes a intervenção do seu acompanhante, residente na Polónia, mas cuja fisionomia e pronúncia remetem para sudoeste asiático. Em resposta ao desabafo do outro, diz ele o seguinte: "I’m single because I like to be free". Ao ouvir tal declaração, que tem tanto de verdade como de alarmante, não pude deixar de refletir sobre o que levará um jovem a encarar o casamento como uma prisão. E sabemos nós que ele não é caso único; pelo contrário.

É certo que não sou casada, sequer juntei alguma vez os trapinhos, mas custa-me acreditar que o matrimónio seja isso. Eu, pelo menos, não o consigo encarar dessa forma. Para mim, o matrimónio é para ser visto – e sentido – como uma união de dois corações que se amam, de duas almas que se reconhecem, de duas pessoas que se querem bem, em última estância, de dois indivíduos dispostos a percorrer um caminho de sentido único, ainda que com duas vias. [Desculpa lá a analogia com o código da estrada, mas agora que estou a tirar a carta não quero perder uma única oportunidade para rever a matéria.] 

É o que eu penso, sinto e acredito. Provavelmente, deve ser essa a razão pela qual sou (ainda) solteira. Com essa reflexão, deixo-te com aquele abraço amigo de sempre e desejos de um excelente fim de semana.

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Viva!

Muy grata pelo esplêndido fim de semana com que Dom Pedro nos agraciou, de tez bronzeada e alma revigorada retomo o contacto contigo. Não penses que venho de mãos a abanar, é que não mesmo. Comigo trago uma crónica sobre a validação – mais uma – da solteirice por parte da ciência. Como se preciso fosse…

Já algumas vezes aqui abordei as vantagens em ser solteira (se não o fizesse, este blog nem sentido faria, certo?). Umas vezes fundamentei com base na minha própria experiência, outras no senso comum e, na sua grande maioria, em estudos empíricos. Desta vez, volto a recorrer à ciência, mais concretamente ao académico Paul Dolan, para quem o casamento só é (comprovadamente) benéfico para os homens. Já no nosso caso, a coisa não é bem assim; pelo contrário.

Um estudo apresentado há um par de dias no festival Hay, e que faz parte do livro Happy Ever After, citado pelo The Guardian, garante que as mulheres da minha laia (leia-se solteiras e sem descendentes) são o subgrupo mais feliz da população. Como se isso não bastasse, o estudo refere ainda que é mais provável que nós vivamos mais do que aquelas que casam e procriam.


Estas alegações do docente de ciência comportamental na London School of Economics baseiam-se na convicção de que os marcadores tradicionais para medir o sucesso não estão relacionados com a felicidade – particularmente o casamento e os filhos. "As pessoas casadas são mais felizes do que outros subgrupos da população, mas apenas quando os seus parceiros se encontram na mesma sala. Quando lhes é pedido para saírem, dizem que se sentem miseráveis", afirma Dolan. Ups!

Se dúvidas houvessem sobre a quantidade de emparelhadas infelizes que nos andam a impingir uma falsa imagem da felicidade conjugal, o britânico detonou-as numa única frase. Continuando... Sem meias-palavras, Dolan é perentório quando diz o seguinte: "Se és homem, provavelmente deves casar-te. Se és mulher, não te preocupes com isso".

A razão porque beneficiam eles mais com o matrimónio prende-se com o facto do sexo masculino ficar mais calmo quando se retira do mercado amoroso. "Eles têm menos riscos, ganham mais dinheiro no trabalho e vivem mais. Elas, por outro lado, morrem mais cedo do que aquelas que nunca chegam a casar".


Não obstante essas benesses imputadas ao celibato, o académico às ordens de sua majestade não é alheio ao persistente estigma de que as mulheres apenas são felizes casadas e com filhos. "Vemos uma mulher de 40 anos que nunca teve filhos. 'Meu Deus, é uma vergonha, não é? Talvez um dia venha a conhecer o homem certo e talvez o estado dela mude'. Não. Talvez um dia ela encontre o homem errado. Talvez ela encontre um homem que a torne menos feliz e morra mais cedo", conclui Dolan.

É por estas (e por outras) que estou solteira. Afinal, quem sou eu para contrariar a própria ciência, que garante que mulheres solteiras e sem filhos vivem mais e melhor? Ser solteira torna-se assim uma questão de vida ou morte. Eh eh eh.

Um bom resto de dia para ti, que eu vou é celebrar a minha solteirice com um cocktail bem colorido, que a ocasião assim o exige. Até à próxima!

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18
Jan19

Como agarrar um homem

por Sara Sarowsky

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Viva!

 

Depois dos episódios 1 – 27 dicas para arranjares um pretendente – e 2 – Como fazer com que ele saiba que existas – eis que chega à homepage do Ainda Solteira o (tão aguardado) terceiro episódio da saga baseada no artigo 129 formas de arranjar o marido, publicado em 1958 na revista feminina McCall’s.

 

Põe-te confortável, saca de papel e caneta e toca a anotar as dicas para agarrares o teu homem. Vamos lá então:

1. Mostra-lhe que te consegues divertir num encontro barato — mas não exageres.
2. Não deixes os teus pais tratarem-no como um potencial marido.
3. Sai num encontro duplo com um casal feliz — mostra-lhe como pode ser bom.
4. Diz aos amigos dele coisas boas sobre ele.
5. Envia um cartão de parabéns à mãe dele.
6. Pede receitas à mãe dele.
7. Fala com o pai dele sobre negócios e concorda que os impostos estão demasiado altos.
8. Ocasionalmente compra um presente para ofereceres aos filhos da irmã dele.
9. No primeiro encontro diz-lhe que não estás a pensar em casar.
10. Não fales sobre o número de filhos que queres ter.
11. Se ele for pescador, aprende a escamar e limpar um peixe.
12. Não lhe contes tudo sobre ti no início. Deixa algumas coisas para reserva.
13. Quando estiveres a passear com ele, não insistas em parar em todas as montras.
14. Não lhe digas quanto custam as tuas roupas.
15. Não fofoques sobre ele.
16. Nunca deixes que ele saiba que é o único, mesmo que tenhas de ficar em casa uma ou duas noites por semana.
17. Não sejas fácil quando ele tentar marcar um encontro.
18. No início do encontro, porque não pôr uma música que fique como vossa?
19. Conhece as raparigas com quem ele não casou. Não repitas os erros delas.
20. Não fales sobre ex-namorados.
21. Se fores viúva ou divorciada, não fales constantemente sobre o teu marido.
22. Resiste à tentação de mudar a sua aparência — antes do casamento, claro.
23. Mantém-te inocente mas não ignorante.
24. Aprende a jogar poker.
25. Se ele for rico, diz-lhe que gostas de dinheiro — a tua honestidade vai intrigá-lo.
26. Nunca o deixes acreditar que a tua carreira é mais importante do que o casamento.
27. Compra-lhe um presente divertido ou particularmente apropriado de vez em quando. Mas não gastes muito dinheiro.
28. Envia-lhe um cartoon divertido que tenha significado para os dois.
29. Não contes histórias porcas.
30. Não sejas menina da mamã — não deixes que ele pense que vai ter problemas com a sogra, mesmo que vá ter.

 

Será que é desta que nós solteiras arranjamos um marinheiro jeitoso, levantamos a âncora e zarpamos rumo à felicidade conjugal? Pode ser que sim pode ser que não; depende do quão aplicada formos nesta matéria.

 

Boa sorte e até para a semana! 

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14
Jan19

 

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Viva!

 

No seguimento do post anterior, através do qual dei-te a conhecer várias dicas para arranjares um pretendente, agora é a vez de enumerar mais umas quantas para fazer com que ele – o alvo do teu interesse – se aperceba da existência da tua digníssima pessoa.

 

Anota aí:

1. Tropeça quando entrares numa sala onde ele está.
2. Esquece a discrição de vez em quando e liga-lhe.

3. Usa um penso. As pessoas perguntam sempre o que é que aconteceu.
4. Faz muito dinheiro.
5. Aprende várias histórias divertidas e saiba como as contar bem — mas certifica-te que não as dizes mais do que uma vez.
6. Vai ter com ele e diga-lhe que precisa de um conselho.
7. Fica num canto e chora brandamente. Há boas hipóteses que ele venha ter contigo para saber o que se passa.
8. Se estiveres num resort deixa o mensageiro lisonjear-te.
9. Compra um descapotável. Os homens gostam de conduzi-lo.
10. Aprende a fazer tarte saborosa. Leva uma para o escritório e deixa os solteiros elegíveis saboreá-la.
11. Ri-te das suas piadas.
12. Se houver um homem tímido nas pessoas que conheces, porque não fomentar a relação? Tanto quanto sabes, ele pode ser um diamante em bruto.
13. "Acidentalmente" deixa cair a tua mala aberta, deixando espalhar o conteúdo pela rua.

 

É incrível como estes conselhos, com mais de 60 anos, continuam atuais. Como só vejo uma forma de saber se a sua eficácia também se mantém, será que ainda vou a tempo de pô-las em prática com o tal rapaz lá do ginásio, alma pela qual não há forma de eu deixar de suspirar? A ver vamos!

 

Desejo-te uma semana espetacular!

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11
Jan19

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Viva!

 

À conta da leveza de espírito característica das sextas-feiras, esta crónica inspira-se no artigo 129 formas de arranjar o marido, publicado, em 1958, na revista feminina McCall’s. Seis décadas depois, o artigo viralizou na rede quando Kim Marx-Kuczynsk o partilhou na sua página de Facebook, há coisa de três meses.

 

Tendo em conta a época em que foi escrita, muitas das dicas já não fazem sentido, motivo pelo qual opto por só mencionar aquelas que (ainda) podem vir a ter utilidade prática nos dias de hoje.

 

Dado que se trata de um conteúdo muito extenso, hoje só vou publicar as dicas sobre como conhecer um potencial candidato a marido. Nas próximas publicações partilharei o restante conteúdo, dividido em quatro partes: "Como fazer com que ele saiba que existes", "Como pareceres bem na frente dele", "Como agarrá-lo" e "Ideias loucas — vale tudo".

 

Solteira minha, se ainda não desististe de encontrar o "tal", aconselho-te a sacar já da caneta e do papel que dicas para caçar um pretendente é que não faltam nesta lista. Anota aí:

1. Arranja um cão e vai passeá-lo.
2. Deixa o carro enguiçar em sítios estratégicos.
3. Tira cursos de que os homens gostem.
4. Junta-te a um clube de caminhada.
5. Olha para os censos e vê onde é que há mais homens solteiros.
6. Começa a jogar golfe e vai a várias aulas.
7. Faz escapadinhas para sítios diferentes em vez de estares demasiado tempo num único lugar.
8. Senta-te num banco no parque e alimenta os pombos.
9. Faz uma viagem de bicicleta pela Europa.
10. Arranja um trabalho nas escolas de medicina, medicina dentária ou direito.
11. Torna-te enfermeira ou hospedeira de bordo — elas têm elevadas taxas de casamento.
12. Pergunta aos maridos das tuas amigas se há homens elegíveis nos seus escritórios.
13. Sê simpática com toda a gente — alguém pode ter um irmão ou filho elegível.
14. Arranja um trabalho no estrangeiro.
15. Sê amigável com homens feios — ser elegante é fazer coisas elegantes.
16. Diz aos teus amigos que queres casar. Não faças disso um segredo.
17. Perde-te em jogos de futebol.
18. Não aceites um trabalho numa empresa maioritariamente composta por mulheres.
19. Num avião, comboio ou autocarro, senta-te ao lado de um homem.
20. Vai a todas as reuniões do secundário ou universidade. Podes encontrar algum desemparelhado por lá.
21. Não tenhas medo de te dares com mulheres atraentes; elas podem ter algumas sobras.
22. Faz uma visita à tua terra natal — o miúdo rebelde da porta ao lado pode ter-se tornado num solteiro elegível enquanto estiveste fora.
23. Não te dês com uma rapariga que está sempre triste e te puxa para o nível dela.
24. Arranja um trabalho em part-time num centro de congressos.
25. Muda de casa de tempos em tempos.
26. Quando viajares, fica em hotéis mais pequenos onde é mais fácil conheceres estranhos.
27. Aprende a pintar. Monta o cavalete no exterior da escola de engenharia.

 

Ora aqui tens quase três maõs cheias de sugestões para conheceres um candidato ao teu coração (e à tua mão, se estiveres para aí virada). O mais interessante é que nenhuma delas passa pelo uso da tecnologia. Dado que a eficácia das redes sociais, das apps e dos sites de encontro neste campo é cada vez mais ténue, porque não resgatar do baú do tempo velhos truques de engates? Se deram certo na altura, a probabilidade de voltarem a dar certo é deveras motivador. Afinal, no amor e na guerra vale tudo!

 

Boa caçada e um ótimo fim de semana!

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Desde quinta-feira que ando às voltas com uma constipação tirana que só me deixou sair da cama hoje, porque é dia de contribuir para o PIB nacional. Em casa, doente, aborrecida e calorenta, o que mais podia fazer que andar pela rede a cuscar a vida alheia? Nestas andanças, deparei-me com esta foto dos noivos de Santo António deste ano.

 

À exceção de um, tudo o resto parece estar à espera da sentença: culpado ou inocente? Se é esta a cara de felicidade do nubente em pleno altar, à espera da mulher da sua vida, quero é continuar assim: solteira e sorridente.

 

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