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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!


Technology-romance-love.jpg

Ora viva!

 

Apanhei de tal modo o gosto a essa coisa de escrever out of the house que a crónica de hoje saiu limpinha da lavandaria. Não é dos sítios mais inspiradores, é certo, mas com a chuva a cair mansinha lá fora, o barulho das máquinas de lavar e secar, o wi-fi gratuito e pouco mais a fazer para ocupar o tempo, a vontade de escrever flui que é uma maravilha.

 

Nesta novela da vida real, o papel de antagonista é irmamente repartido entre o tablet, que decididamente não foi pensado para quem gosta de parir conteúdos com mais de 100 caracteres, e a versão android do sapo blog, uma granda m* que, ao invés de facilitar, só complica.

 

Dado que de nada adianta teimar com a tecnologia, já que ela quase sempre leva a melhor, só me resta fazer uma apropriação lícita de alguns excertos de um artigo publicado este sábado no Expresso, que fala justamente sobre como a tecnologia matou o amor. Penso que vais gostar do que aí vem.

 

"Muito por culpa das redes sociais, nunca tivemos tantas oportunidades para sermos felizes: aquela mulher que sempre admirámos está à distância de uma mensagem no Facebook, o amor pode nascer de um 'match' no Tinder, o engate invadiu até o Linkedin, uma rede de contactos profissionais... As possibilidades multiplicaram-se como nunca e, contudo, basta falar com pessoas solteiras para perceber que não ficou mais fácil encontrar quem se procura.

 

Perante tanta abundância de escolhas, bloqueamos. Tornámo-nos mais exigentes, mais indecisos, mais frustrados, sempre à procura de algo melhor. E também mais impacientes: despachamos alguém mal surge o primeiro grão na engrenagem, com a mesma facilidade com que fechamos uma janela no Facebook e abrimos outra. “Olá, o que fazes esta noite?” Alguns, mais audazes, talvez vistam a pele do Henry Chinaski das 'Mulheres' de Bukowski: "Bora foder?"

 

O psicólogo Barry Schwartz chamou-lhe "o paradoxo da eleição": essa liberdade de escolha não nos faz mais livres ou mais felizes, antes aumenta a nossa insatisfação. Sempre ávidos de encontrar algo melhor, tornamo-nos peritos na incapacidade de assumir as nossas decisões. De dar passos em frente. De arriscar. Quase precisamos de uma folha Excel para nos lembrarmos dos dados de todas as pessoas que conhecemos no Tinder ou no Facebook, mas raras vezes procuramos conhecer verdadeiramente alguém.

 

Este paradoxo não é apenas no amor. Como explicar que, numa era em que o sexo é tão acessível como um hambúrguer do McDonald's, os jovens adultos o pratiquem menos do que as gerações que os antecederam, como apontam vários estudos? Andamos tão entretidos a acumular 'matches' no Tinder, ou a saltar de janela em janela no Facebook, ou a trocar fotos e vídeos com bolinha vermelha no WhatsApp, que nos esquecemos que há um mundo lá fora. Temos tantas oportunidades para sermos felizes, por uma noite ou por uma vida, e boicotamo-nos."

 

Este artigo espelha ipsis verbis a vida amorosa da esmagadora maioria dos desemparelhados com os quais convivo ou tenho contacto, incluindo a minha pessoa. É mesmo triste que, perante tantas ofertas, tantas facilidades, tantas opções, continuemos a deambular pelas estradas da solteirice, abarrotados de predicados, mas de coração esvaziado.

 

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1 comentário

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De fashion a 31.01.2017 às 17:05

Adorei o teu post e concordo com o que escreves.

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