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Crónicas, contos e confissões de uma solteira gira e bem resolvida que não cumpriu o papel para o qual foi formatada: casar e procriar. Caso para cortar os pulsos ou dar pulos de alegria? Provavelmente, nem uma coisa nem outra!
Acabo de ler uma crónica sobre as memórias que me inspirou a escrever sobre o tema. Memórias! Quem não as tem? Quem não gostaria que fossem todas felizes? Quem não gostaria de trocar algumas delas ou até mesmo banir outras para todo o sempre?
Haruki Murakami, um popular escritor e tradutor japonês, considera que as memórias tanto podem aquecer-nos por dentro como podem destruir-nos. Não poderia estar mais de acordo com isso e acredito que tu também. Nada dura para sempre, exceto as memórias. Uma parte de nós, mais não são do que o registo das nossas vivências, fazendo de nós o que somos.
Bem delas, mal delas, estas dão-nos a oportunidade de recordar bons momentos, relembrar estórias passadas, revisitar lugares que nos marcaram, reviver amores idos, regressar ao passado onde fomos tão in/felizes. Sejam elas que de natureza forem, é facto assente que a qualquer sentimento associamos memórias e pessoas.
Não importa quanto tempo passou, não importa o que aconteceu entretanto, as memórias possuem o dom de nos animar, amadurecer, amargurar, curar, perdoar, superar, (re)viver, sonhar, rir, chorar, acreditar, amar, aceitar, etc. Por tudo isso, a nós, mortais embebidos de memórias, cabe aceitá-las ou combatê-las.
As terapias a favor do bem estar físico, emocional e psíquico são consensuais no que toca às memórias: podemos usá-las a nosso favor ou desfavor. E (mais) felizes são aqueles que conseguem apegar-se às felizes e desvalorizar ou mesmo erradicar aquelas que causam sofrimento.
Porque a vida é curta. Porque só vivemos uma vez. Porque estamos neste mundo para ser feliz. Porque da vida só levamos o que vivemos, lanço a mim mesma – e a ti também se quiseres alinhas – o desafio de investir mais e mais em memórias felizes e dar um chega para lá nas restantes.
Agora, mais do que nunca, pretendo fazer uma coleção de memórias de que me orgulhe. Viver a vida à minha maneira (bem isso já faço). Fazer as coisas que sempre desejei e nunca não em atrevi. Ir atrás do que eu quero. Valorizar bem mais as coisas que amo. Falar com pessoas novas. Manter ou recupera o contato com antigas relações que me despertam doces e saudosas memórias. Resolver, de uma vez por todas, as relações me marcaram profundamente – pelos piores motivos.
As memórias que os outros de nós terão serão o nosso único legado. De felicidade ou de tristeza, convém é assegurar de que não serão arrependimentos. Quero ser capaz de esboçar um sorriso e reviver novamente no momento, mesmo que perante memórias que me causaram dor.
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